24/11/11

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral nasceu em 1886 no município de Capivari, no interior do Estado de São Paulo. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário”, em razão da imensa fortuna que acumulou com as suas fazendas no interior de São Paulo.
Estuda em São Paulo e completa seus estudos em Barcelona, onde pinta seu primeiro quadro aos 16 anos. Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve a sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar, a partir de 1916, escultura e, depois, desenho e pintura em São Paulo. Em 1920 embarca para a Europa, onde expõe, em 1922, um quadro no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e, embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna de 1922, faz parte do “grupo dos cinco” modernista, juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época começa também o seu namoro com o escritor Oswald de Andrade.
Volta à Europa em 1923 e tem contacto com outras/os modernistas (Albert Gleizes, Fernand Léger, Blaise Cendrars, etc.). Em 1926 expõe em Paris com grande sucesso e casa-se com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o “Abaporu” que oferecerá como presente de aniversário a Oswald que, inspirado pelo quadro, cria o Movimento Antropofágico. Começa a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil. Separa-se de Oswald em 1930.
Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados.
Nos anos 50 volta ao tema “Pau Brasil”. Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo em 1973. 


A Negra (1923)
Pintado em Paris, enquanto tomava aulas com Fernand Léger. Com os seus elementos cubistas é considerado antecessor da Antropofagia na pintura de Tarsila. “A Negra” evoca, também, a infância numa família de grandes fazendeiros, onde costumava haver mulheres negras, geralmente filhas de escravos, que exerciam de amas-secas, espécies de babás, que cuidavam das crianças.


Abaporu (1928)

O quadro mais importante produzido no Brasil no século XX. Pintado para ser oferecido ao escritor Oswald de Andrade, que se assustou ao vê-lo. Chamou o também escritor Raul Bopp e ambos resolveram que aquela figura estranha representava algo excepcional. Tarsila consultou um dicionário tupi-guarani e baptizaram o quadro como “Abaporu” (o ser humano que come). A partir de aí, Oswald escreveu o "Manifesto Antropófago" que iniciou o Movimento Antropofágico na cultura brasileira contemporânea. Foi o quadro mais caro vendido até hoje no Brasil (comprado por US$ 1.500.000 por Eduardo Costantini).



O Ovo  (1928)

A cobra grande, relacionada com a mitologia ameríndia, tem um poder de "deglutição". A partir daí, o ovo passa a simbolizar uma génese de algo novo, tal como o propõe a Antropofagia. Esta tela pertence ao acervo de Gilberto Chateaubriand.





A Lua (1928)

A Lua - Este quadro era o preferido de Oswald de Andrade, com quem estava casada quando pintou a tela. Ele conservou o quadro até à sua morte (mesmo já separado de Tarsila).






Antropofagia (1929)

Com este quadro, Tarsila, realizou uma fusão do "Abaporu" com "A Negra".

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