05/10/11

O primeiro bestseller sobre o Novo Mundo e a sua adaptação cinematográfica

Hans Staden, um aventureiro e mercenário alemão no século XVI, publicou em 1557 com a História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América (Wahrhaftig Historia und beschreibung eyner Landtschafft der wilden nacketen grimmigen Menschfresser Leuthen in der Newenwelt America gelegen) um dos primeiros bestsellers sobre o Novo Mundo.
Staden recria neste livro as duas viagens que o levaram em 1548 e 1549 ao Brasil, onde, na segunda viagem, foi feito prisioneiro por uma tribo tupinambá no litoral fluminense, que era, na altura, antropófaga.
De facto, o livro representa o primeiro testemunho pormenorizado de antropofagia ameríndia e o relato junto com as ilustrações ajudaram a criar, no imaginário europeu quinhentista, a ideia do Brasil como terra de caníbais.
Através de comentários pios, Staden apresenta-se como uma espécie de Daniel na cova do leão, maltratado por selvagens e salvo devido à fé e às preces em voz alta. O seu valor etnográfico, porém, só se começou a apreciar a partir do século XX.

O seguinte filme de 1999, dirigido por Luiz Alberto Pereira e inspirado no livro de Staden, é um dos poucos na história do cinema em que a língua falada é, de forma predominante, o tupi-guarani:



O editor e tradutor José Bento Renato Monteiro Lobato adaptou o livro de Staden em 1927 para o público infantil e juvenil com o título As aventuras de Hans Staden. Em 2009, a Editora Globo, lançou uma versão em banda desenhada de Denise Ortega e Stil e com ilustrações de Arcon.

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