22/03/11

Fernando Pessoa / Alberto Caeiro: O Guardador de Rebanhos

Na obra de Fernando Pessoa, o heterónimo Alberto Caeiro representa o mestre, inclusive do Pessoa ortónimo. Conforme o mito heteronímico, nasceu em Vigo (1889) e morreu em Lisboa, tuberculoso, em 1915, decorrendo a sua vida numa quinta no Ribatejo. Porém, há poemas de Caeiro datados de 1930. A sua obra literária consiste em apenas 3 ciclos poéticos: O Guardador de Rebanhos (49 poemas), O Pastor Amoroso (6) e Poemas Inconjuntos. 23 deste poemas foram publicados em vida nas revistas Athena e Presença. Sem profissão e pouco instruído («escrevendo mal o português») era, segundo ele próprio, «o único poeta da natureza». Caeiro procura viver a exterioridade das sensações e recusa a metafísica, caracterizando-se por um panteísmo e um sensacionismo que, de modo diferente, Álvaro de Campos e Ricardo Reis iriam assimilar.

O Guardador de Rebanhos:
Os poemas foram escritos, maioritariamente, em 1914 e Fernando Pessoa atribuiu a sua génese a uma única noite de insónia de Caeiro (no dia 8 de Março, como indica na carta a Adolfo Casais Monteiro, de 1935, sobre a génese dos heterónimos). Parcialmente, foram publicados em 1925 nas 4ª e 5ª edições da revista Athena, enquanto o 8º poema do conjunto viria a ser publicado em 1931, na revista Presença.

Poema do Guardador de Rebanhos musicado por Joana Machado (com Abe Rábade, Bruno Pedrosa e Pablo Martín Caminero):




Declamação (em português do Brasil), com imagens, d' O Guardador de Rebanhos:



















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